Muito além dos periquitos, sauins e preguiças.

Estes são alguns dos animais silvestres mais ameaçados da área urbana de Manaus, mas a morte deles começa bem antes de alguém atacá-los, começa no planejamento urbano de nossa cidade.

Obras da  avenida das Flores em Manaus. Foto: Alfredo Fernandes.

Manaus, assim como centenas de outras cidades brasileiras, ainda não entendeu a importância dos ecossistemas urbanos, das florestas urbanas, onde muitas delas estão sumindo, para a realização do 'falso progresso', o desenvolvimento urbano promovido pelo poder público.

O uso do solo tem sido uma discussão antiga, e muitas vezes acabam sendo alvo de uma disputa de egos políticos, para promover ações injustas com os que já habitavam essas regiões ricas em fauna e flora, e hoje são considerados fragmentos (ilhas) florestais na malha urbana. Malha que é cortada por centenas de vias, e pelo crescimento das chamadas rodovias urbanas, vias expressas que cortam (rasgam, segregam, mutilam) esses importantes fragmentos florestais.


Quando uma área de fragmento é devastada, para a abertura de novas vias, como tem ocorrido em grande escala em Manaus, e também para a construção de gigantescos condomínios de luxos e populares, quem perde o espaço são os animais primeiramente, pois eles acabam fugindo para outras áreas já degradas e buscam refúgio de alguma forma, desequilíbrio provocado pelo péssimo planejamento ambiental e urbano.

O caso dos periquitos assassinados mostra que o autor do crime é também vítima desse sistema desequilibrado e perturbador que vem crescendo na cidade.

"O homem só deixará de ser violento, quando aprender a respeitar a natureza."

Enquanto não respeitarmos, e não integrarmos o "desenvolvimento urbano" com a nossa rica flora, não existirá meios que possam combater a onda de crimes contra a fauna da cidade, sejam eles os tão ameaçados Sauins-de-Coleira; Preguiças; Jacarés; Araras; Periquitos; Cutias; Cobras e muitos outros.

A forma que nossa cidade é planejada, contribui para o desenvolvimento de criminosos do meio ambiente, e para combater isso, é preciso cobrar uma postura mais compromissada do poder público para com a preservação dos fragmentos florestais ainda existentes e ameaçados na área urbana.

Criação de grandes parques, corredores ecológico, refúgios e reservas proporcionam o amortecimento e o combate aos crimes ambientais na cidade. Manaus há muitos anos, não tem aplicado uma política e postura compromissada com essas áreas, visto a quantidade de licenciamento para ocupação de áreas chamadas APP´s.

É nosso dever cobrar do poder público, não apenas a punição dos criminosos, pois a justiça pode fazer isso, mas cobrar o compromisso para o equilíbrio de todas as espécies, incluindo os animais humanos.
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