29 de Abril de 2010 @ 23:58 por João Lacerda
Acordar, levantar, comer alguma coisa e seguir para a rua. Essa é a rotina, talvez não para todos, mas para a absoluta maioria dos urbanóides. Alguns fatores são responsáveis pela motivação do primeiro passo fundamental, sair da cama.
Controlados pelos relógios que nos despertam, assim que saímos de casa o espaço também passa a nos reger. Afinal com exceção dos que trabalham em casa, chegar ao local de trabalho ou estudo envolve cumprir uma certa distância seja a pé ou em algum meio de transporte. Nesse ponto a vantagem relativa de ser ciclista é raramente superável. Afinal a bicicleta é o meio de transporte mais confiável para ir do ponto A ao ponto B em uma cidade.
No entanto, ser um ciclista cotidiano também implica em ver-se imerso em uma rotina de emoções e sensações que alguns já definiram como vício.
A primeira pedalada é quase mágica, depois dela os quilômetros seguintes pertecem ao ciclista, um ser híbrido. Usina viva de transformação de biomassa em potência e um máquina perfeita para fazer da energia acumulada movimento.
Ciclista é aquele que pode variar o caminho por qualquer motivo e seguir sempre pelos mesmos por opção. Ser ciclista é sentir o coração pulsar mais rápido no semáforo fechado logo depois de uma subida. Ser ciclista é divertir-se no trajeto e repor as energias vitais consumindo calorias. É ser viciado em endorfina sem saber o que isso significa. Ciclista é quem coloca o primeiro pé no pedal e sente-se dono do mundo e sorri para os outros ciclistas, afinal eles também são os donos do mundo.
Utilizar a bicicleta é ter o domínio do tempo e do espaço. É percorrer trajetos olhando a frente, ciente de que todas as barreiras são transitórias e de que um semáforo fechado é só uma luz vermelha que se acende para você poder para e observar os arredores do seu trajeto na sua cidade. Ser ciclista é ser dono sem ser egoísta. É simplesmente mover-se utilizando a sua própria energia.
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