Invariavelmente nos deparamos com a citação da técnica do retrofit imobiliário como referência em intervenções urbanas, especialmente quando se aborda a questão da revitalização de áreas e atualização de construções.
Este conceito, cujo significado seria reconversão, aportuguesado para o termo de origem inglesa retrofit, tem origem nas expressões latina retro (movimentar-se para trás) e inglesa fit (adaptação, ajuste).
Surgido na Europa e Estados Unidos, onde é bastante corriqueira, esta prática tem o objetivo de revitalizar antigos edifícios, aumentando sua vida útil, através da incorporação de modernas tecnologias e utilização dos mais avançados materiais.
Nestes países, a rígida legislação não permitiu que o rico acervo arquitetônico fosse substituído, abrindo espaço para o surgimento desta solução, que preserva o patrimônio histórico, ao mesmo tempo em que permite a utilização adequada do imóvel.
No Brasil, com a ampliação da preocupação com a defesa de áreas tombadas, aliada ao desenvolvimento das cidades, cria uma demanda para este tipo de solução, que é uma opção a ser considerada em duas situações, quando a recuperação reduz custo em comparação com uma construção nova, ou, no caso de uma edificação histórica, cria condições para novas funções e facilita seu uso.
Em qualquer das situações o retrofit tem o sentido de renovação, onde presupoem-se uma intervenção integral, obrigando-se ao encontro de soluções nas fachadas, instalações, elevadores, proteção contra incêndio e demais itens que caracterizam seu posicionamento no que exista de melhor no mercado.
Neste sentido percebe-se que difere substancialmente da simples restauração, que consiste na restituição do imóvel à sua condição original, ou da reforma, que visa à introdução de melhorias, sem compromisso com suas características anteriores.
De tudo o que foi exposto, percebe-se que o retrofit deve buscar a eficiência, pois é mais difícil do que iniciar uma obra, em função das limitações físicas da antiga estrutura, entretanto, a redução do prazo e a adequação geográfica do imóvel certamente estimulam cada vez mais a adoção desta prática.
Artigo escrito para a coluna “Mercado Imobiliário”, sob responsabilidade do Engenheiro e Advogado Francisco Maia Neto, publicada quinzenalmente no jornal Estado de Minas, de Belo Horizonte-MG
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