Falar de vegetarianismo pra mim é começar lá atrás....há 20 anos!
Acredito que nesta data não temos muito o que comemorar, pois neste instante h´milhares de animais sendo sacrificados para satisfazer o consumo capitalista.
Quando iniciei a cultura do vegetarianismo (isso mesmo, considero uma cultura, pois não adotei somente a dieta e sim o conceito, a prática e o ativismo que envolve toda essa a filosofia de vida), fui bastante discriminado, pois não havia muito esse diálogo entre as pessoas e na mídia. A grande razão por ter iniciado aos 15 anos de idade, foi o fato de assistido um documentário simples, que mostrava a forma de exploração do gado no Brasil para a produção de carne, foi um choque muito grande entender como um animal sobre a vida toda, para que possamos nos satisfazer meramente ao paladar que as carnes proporcionam ao serem consumidas.
Não foi fácil restringir esse consumo, por que na época eu não tinha muito conhecimento sobre como substituir ou deixar de comer carne. Então o processo acabou sendo natural e gradual, pois eu acabava não comendo carnes vermelhas, substituindo pelas brancas (não que seja um processo cruel também), mas era o conhecimento da época. Pouco tempo depois, com base em novos conhecimentos e conhecendo até pessoas com quem eu pudesse ter uma interação maio, foi então que abonei 100% de minha dieta todo e qualquer tipo de carne. A partir desse tempo amadureci muito cedo, pois eu sempre tinha que ter uma defesa pronta, para poder argumentar as criticas e piadas de mau gosto que enfrentava.
Muito mais tarde, comecei a me dedicar às lutas contra maus tratos aos animais, contra a exploração e outros tipos de abusos. Me tornei espiritualmente mais elevado e evoluído, como diz meu pais, que é espírita. E hoje sou muito orgulhoso do processo de evolução e consciência que adquiri e me tornando um vegano apto a defender os direitos dos animais, e acima de tudo, o direito do homem e da natureza.
A seguir fiz alguns recortes sobre o vegetarianismo e o veganismo para que todos possam entender suas diferenças.
A origem e história do vegetarianismo
O vegetarianismo tem sua origem na tradição filosófica indiana, que chega ao Ocidente na doutrina pitagórica. Nas raízes indianas e pitagóricas do vegetarianismo são ligadas a noção de pureza e contaminação, não correspondendo com a visão de respeito aos animais. O nascimento de uma sensibilidade em relação aos animais, que condena o consumo de animais por motivos morais ou solidários, é muito recente na história da humanidade e data a partir do século XIX em alguns países da Europa.[10] O vegetarianismo ético, que visa o respeito pela vida animal teve origem na Antiguidade, sendo que ao longo da História da humanidade, inúmeros autores têm vindo a criticar e questionar consumo de carne com base nesse aspecto, por exemploMahavira, Asoka, Plutarco, Porfírio, Ovídio, São Ricardo de Wyche, Leonardo da Vinci, John Ray, Thomas Tryon, Bernard Mandeville, Alexander Pope, Isaac Newton, Voltaire, George Cheyne, David Hartley, Oliver Goldsmith, Joseph Ritson, Lewis Gompertz, Johnny Appleseed, Percy Bysshe Shelley, Alphonse de Lamartine, Amos Bronson Alcott, William Alcott, Gustav Struve, Georg Friedrich Daumer, Richard Wagner, Liev Tolstoi,George Bernard Shaw, Romain Rolland, Élisée Reclus, Mahatma Gandhi, Franz Kafka, Isaac Bashevis Singer,Albert Einstein entre muitos outros. Este facto é demonstrado por autores como Howard Williams,[11] Rod Preece,[12] Norm Phelps,[13] Walter e Portmess [14] e Rynn Berry.[15]
Uma das passagens mais antigas a favor de um vegetarianismo ético surgiu quando Ovídio, nas Metamorfoses pôs na boca de Pitágoras estas palavras:"Que crime horrível lançar em nossas entranhas as entranhas de seres animados, nutrir na sua substancia e no seu sangue o nosso corpo! para conservar a vida a um animal, porventura é mister que morra um outro? Porventura é mister que em meio de tantos bens que a melhor das mães, a terra, dá aos homens com tamanha profusão, prodigamente, se tenha ainda de recorrer à morte para o sustento, como fizeram ciclopes, e que só degolando animais seja possível cevar a nossa fome? […] É desumanidade não nos comovermos com a morte do cabrito, cujos gritos tanto se assemelham aos das crianças, e comermos as aves a que tantas vezes demos de comer. Ah! quão pouco dista dum enorme crime! "[16] Este trecho de Ovidio reflecte os ensinamentos dospitagóricos no primeiro século.[17]
Já na era cristã São João Crisóstomo escreveu que a alimentação carnívora é uma luxúria e que o Homem ao comer carne é pior que os animais selvagens, que só têm esse forma de se alimentarem.[18]
No Renascimento os ensaios de Michel de Montaigne evidenciam bastante sensibilidade para com os animais. Exemplo disso é a seguinte passagem:"Nunca pude ver sem constrangimento perseguir e matar inocentes animais, quase sempre indefesos, e dos quais nunca o homem recebeu a mais pequena ofensa."[19] Ou ainda: "Para algumas mães é um passatempo ver o filho torcer o pescoço a um frango, bater ou magoar um cão ou um gato […] isso são meios, sementes e raízes da crueldade, tirania e traição."[20]
Poucos anos depois, Bernard Mandeville foi um dos muitos autores que criticaram o consumo de carne com base nos motivos éticos: "Eu não posso compreender com um homem, que não está inteiramente endurecido e habituado à vista do sangue e do massacre, possa assistir sem remorso ao massacre de animais como o boi e o carneiro, nos quais o coração, o cérebro, os nervos, diferem tão pouco dos nossos, e cujos órgãos dos sentidos, e por consequência do coração, são os mesmos que no ser humano."[21]
Por sua vez, já no século XIX Lamartine estava convencido de que "matar os animais para nos sustentarmos com a sua carne e o seu sangue é uma das mais deploráveis e das mais vergonhosas enfermidades da condição humana."[22]
Tipos de dietas vegetarianas
Semivegetarianismo
A dieta semivegetariana não é uma dieta vegetariana, ela consiste na exclusão apenas da carne de mamíferos, e abrange carne branca.
Ovolactovegetarianismo
Dieta composta por alimentos de origem vegetal, ovos, leite e derivados deles. Nesta dieta só há a exclusão de qualquer tipo de carne da alimentação.
Lactovegetarianismo
Dieta composta por alimentos de origem vegetal, leite e seus derivados. Os que a seguem não comem ovos nem qualquer tipo de carne. Essa é a dieta tradicional da população indiana.[8]
Ovovegetarianismo
Dieta composta apenas por alimentos de origem vegetal e ovos, havendo a exclusão dos produtos lácteos e seus derivados e de carne.
Vegetarianismo semiestrito
Dieta que exclui quase todos os alimentos de origem animal, abrangendo somente o mel.
Vegetarianismo estrito
Também chamado de vegetarianismo verdadeiro, é uma dieta que exclui todos os produtos de origem animal. Vegetarianos estritos não comem, assim, qualquer tipo de carne, ovos, laticínios, mel, etc., retirando da dieta todos os produtos de origem animal.
Essa forma de dieta é frequentemente confundida com o veganismo, mas, embora veganos sejam vegetarianos estritos, não são a mesma coisa:
"Apesar de [nutricionalmente] classificarmos os 'vegetarianos verdadeiros' apenas pela alimentação, existe uma diferença entre o vegano e o vegetariano estrito. Geralmente o vegano também não utiliza produtos não alimentícios provenientes de animais, como lã, couro, seda e pele. Quando falamos em termos [exclusivamente] nutricionais, não faz diferença essa classificação."[9]
Enquanto o vegetarianismo estrito é apenas um regime alimentar, veganismo é respeito aos direitos animais - o que inclui o vegetarianismo estrito por razões éticas, mas não apenas (circo com animais, rodeios, produtos testados em animais, e qualquer outra forma de exploração animal é boicotada pelos veganos).
Com orgulho me apresento como VEGANO
Veganismo é uma filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais, que procura evitar exploração ou abuso dos mesmos, através do boicote a atividades e produtos considerados especistas.
A ideologia
Os veganos boicotam qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufactura.
Para o vegano, animais não existem para os humanos, assim como o negro não existe para o branco nem a mulher para o homem. Cada animal é dono de sua própria vida, tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (enfeite, entretenimento, comida, cobaia, mercadoria, etc). Dessa forma veganos propõem uma analogia entre especismo, racismo, sexismo e outras formas de preconceito e discriminação.
Preferem usar os termos "animais não-humanos" ou "seres sencientes", em vez de "irracionais".
Muito importante diferenciar a ideologia vegana da dieta vegetariana. Veganismo não é dieta, mas sim uma ideologia baseada nos direitos animais, que obviamente pressupõe uma alimentação estritamente vegetariana.
Vestuário, adornos, etc
Artigos em peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (como adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pêlos, marfim, etc) são preteridos, pois implicam a morte e/ou exploração dos animais que lhes deram origem. Sendo assim, um vegano se veste de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos (poliéster, etc), mantendo o cuidado de não exagerar com consumismos que também, mesmo que indiretamente, geram degradação/negação aos animais.
Alimentação
Excluem da sua dieta carnes, gelatina, lacticínios, ovos, mel[2][3][4] e quaisquer alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas,legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum ingrediente de origem animal.
Medicamentos, cosméticos, higiene e limpeza
Evitam o uso de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. Não tomam vacinas ou soros, mas podem violar os princípios veganos quando alternativas não estiverem disponíveis, ou em caso de emergência ou urgência. Alguns optam pela fitoterapia,homeopatia ou qualquer tratamento alternativo.
O vegano defende o surgimento de alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais.
São divulgadas entre a comunidade vegana extensas listas de marcas e empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.
Entretenimento
Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas e jardins zoológicos, também são boicotados pois implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento.
Não caçam, não promovem nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer "esporte" que envolva animais não-humanos. Muitos seguem o princípio político danão-violência.
Campanhas e Documentários
Segunda Sem Carne
Campanhas de conscientização que vem crescendo no Brasil
A Campanha Segunda Sem Carne se propõe a conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de carne para alimentação tem sobre o meio ambiente, a saúde humana e os animais, convidando-as a tirar a carne do prato pelo menos uma vez por semana e a descobrir novos sabores.
Existente em vários outros países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido (onde é encabeçada pelo ex-Beatle Paul McCartney) e apoiada por inúmeros líderes internacionais, a campanha foi lançada em São Paulo em outubro de 2009 numa parceria da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) da prefeitura, posteriormente estendendo-se a várias outras cidades brasileiras.
A fim de facilitar a adoção deste hábito, a SVB fornece aqui receitas saborosas, dicas de nutrição, notícias e informações qualificadas a respeito das razões éticas, ambientais e de saúde para passar essa idéia adiante.
Documentário que expressa toda a cadeia de crueldade da produção de carne.
TERRÁQUEOS (Earthlings) é um filme-documentário sobre a absoluta dependência da humanidade em relação aos animais (para estimação, alimentação, vestuário, diversão e desenvolvimento científico), mas também ilustra nosso completo desrespeito para com os assim chamados "provedores não-humanos".
Este filme é narrado por Joaquin Phoenix (GLADIADOR) e possui trilha sonora composta pelo instrumentista, dj e compositor Moby. Com um profundo estudo dentro das pet-shops, criatórios de filhotes e abrigos de animais, bem como em fazendas industriais, no comércio de couro e peles, indústria de esporte e entreterimento, e finalmente na carreira médica e científica, TERRÁQUEOS usa câmeras escondidas e filmagens inéditas para narrar as práticas diárias de algumas das maiores indústrias do mundo, as quais dependem de animais para lucrar.
Impactante, informativo e provocando reflexões, TERRÁQUEOS é de longe o mais completo documentário jamais produzido sobre a conexão entre natureza, animais, e interesses econômicos. Há vários filmes importantes sobre os direitos dos animais, mas este supera os demais.
Entenda também o processo criminoso da produção de vegetais no Brasil.
Muito dos depoimentos já conhecíamos, mas o que é assustador é a permissividade do governo para colocar veneno em nossas mesas.
Não temos muito o que comemorar neste primeiro de outubro, pois com tanta crueldade acontecendo em todos os processos de alimentação no mundo, fica difícil prestar homenagem, mas um grande gesto que pode ser feito sempre é CONSCIENTIZAR A TODOS SOBRE OS PROCESSOS DE NOSSOS ALIMENTOS.
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