Resolver os problemas das cidades demanda planejamento e organização da criatividade.
Outra boa iniciativa que conhecemos nesta Semana Design Rio é o pessoal do Pacto do Rio, iniciativa articulada entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil para pensar melhores soluções de desenvolvimento sustentável para o Rio de Janeiro, de modo a integrar a população e buscar a equidade de oportunidades.
Falando apenas assim, parece um discurso vazio. E o que diabos algo que parece uma ONG estava fazendo em um evento de design?
Uma das pessoas que ajudou a tirar a ideia do papel é um designer, ou melhor, um design thinker. Rique Nitzche apresentou o tal design thinkinga uma das organizadoras do Pacto, Eduarda La Rocque, então na administração da Prefeitura do Rio, de Secretária da Fazenda a presidenteInstituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos. A ideia de ouvir diferentes partes da sociedade para elaborar ações concretas do poder público aliada a processos de cocriação bem pragmáticos transformou uma primeira reunião em grupo de discussão, um grupo em diferentes grupos e eventos e os diversos anseios em direcionamentos para as ações prioritárias e que demandariam articulação entre governos, empresas parceiras, academia e outros grupos.
Surge então a organização, incubada dentro da administração enquanto La Rocque esteve na Prefeitura. Hoje, funciona como um grupo articulador de interesses com capital composto por poder público (10%), empresas, acadêmicos, grupos e ONGs, população e outros organismos internacionais.
Entre as primeiras ações, destacam-se o levantamento de demandas jovens nas comunidades pacificadas do Rio de Janeiro, de modo a entender com pesquisas quais são as áreas que apresentam maiores vulnerabilidades ao estado alternativo oferecido por milícias e crime organizado. As informações foram geradas por censo realizado por jovens moradores das comunidades, que receberam treinamento e informação de universidades parceiras.
Mas funciona? Enquanto projeto, o Pacto do Rio foi lançado oficialmente no final de 2014, depois de alguns anos de discussões e estudos. Difícil pedir resultados tão cedo, mas é certo que a maneira que o grupo diz conduzir as decisões parece correta. Também é certo que a iniciativa oferece alternativa ao pensamento que espera apenas do poder público a articulação com iniciativa privada em prol de melhorias efetivas de moradia, mobilidade e saneamento. Se sucumbirá a interesses de um determinado grupo ou se servirá apenas de vitrine para alguns interesses pessoais, só o tempo poderá dizer.
E podemos pelo menos vislumbrar o caminho: não dá para discutir qualquer aspecto de futuro se todos não puderem participar ativamente das discussões, não é?
Matéria elaborada por Luiz Yassuda, do portal B9.
Matéria elaborada por Luiz Yassuda, do portal B9.
0 comentários:
Postar um comentário