Eles, hoje, são clássicos, lendas das artes plásticas usadas como referência canônica de um período glorioso da cultura ocidental, a Belle Époque, quando Paris foi o centro do mundo, congregando inventores, artistas, pensadores de todos os cantos do mundo e seus cafés. Lá estiveram também os brasileiros que escandalizariam nossa pátria com a Semana de Arte Moderna de 1922 (Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, como estudantes, Oswald de Andrade e outros, a passeio). Dentre as invenções extravagantes dessa época, as mais duradouras foram o telefone, a máquina fotográfica (daguerreótipo) e a filmadora (cinetoscópio). Portanto, não coincidentemente, temos a primeira geração gravada por máquinas em imagens estáticas e animadas da história, nossas primeiras celebridades cujo cotidiano foi registrado por seus colegas inventores (como Thomas Edison).
O site Neatorama garimpou uma série incrível de vídeos raros publicados no Youtube mostrando os mestres das artes modernas em ação, seja pintando, passeando ou conversando com amigos. Primeiramente Claude Monet, mais célebre dos impressionistas, justamente pintando sua mais famosa obra, o Lago das Nifeias (foto ao lado). O vídeo mostra o artista em seu fabuloso jardim, em Giverny em 1915, aos 74 anos de idade.
O próximo vídeo, registra imagens do pintor August Renoir, também aos 74 anos, em 1919, já inválido, sentado ao lado do cavalete, com seu filho Claude, de 14 anos, ajudando comas tintas e pincéis. Nessa época, o mestre já não andava e suas mãos estavam retorcidas, por conta da artrite que o torturou nos últimos anos de vida. No livro biográfico sobre o pai, Jean (o segundo de seus três filhos) fala sobre a condição do mestre: “Suas mãos estavam terrivelmente deformadas. o reumatismo tornara as articulações rígidas, fazendo com que os polegares se voltassem para dentro, em direção às palmas das mãos, e os dedos dobrados para os pulsos. Os visitantes que não estavam preparados para isso não podiam tirar os olhos de sua deformidade. Embora não se atrevessem a mencionar isso, sua reação poderia ser expressa por frases como “Não é possível! com mãos como essas, como ele pode pintar essas telas? Há algum mistério em algum lugar.”
Auguste Rodin tinha já 75 anos (morreria 2 anos depois) quando fizeram as cenas que foram compiladas no vídeo a seguir. Considerado o pai da escultura moderna, embora nunca tenha proposto verbalmente qualquer crítica à escultura tradicional, acabou por tornar-se um dos mais famosos artistas dessa especialidade de todos os tempos. A terceira cena do vídeo mostra o mestre esculpindo no mítico Hôtel Biron, onde manteve seu segundo atelier, enquanto compartilha a companhia de gente como Jean Cocteau, Isadora Duncan, Henri Matisse e Rainer Maria Rilke, que chegou a trabalhar como seu secretário.
No último vídeo temos Edgar Degas aos 81 anos, também dois anos antes de sua morte. Ele nunca aceitou o rótulo de impressionista, preferindo ser classificado como realista. O pintor e gravurista, que também se aventurou na arte fotográfica, tem como marca registrada a perfeição como conseguiu captar os movimentos e beleza do balé em sua obra (mais que um retratistas de bailarinas, como costumam rotulá-lo), mas também retratou com excelência o cotidiano parisiense. O clipe mostra-o passeando em Paris (1915)
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