Hoje o bairro comemora seu aniversário, é um dos bairros mais antigos da área de expansão urbana da cidade de Manaus, composta por um grande acervo de bens imóveis ainda preservados, mas que precisam de um olhar atento para serem descobertos diante tantas construções à sua volta. Um dos símbolos do bairros é a Igreja (Santuário) Nossa Senhora de Fátima, sendo a segunda maior cúpula avistada em um raio de mais de 2 Km.
É considerado um dos bairros de transição da cidade, para áreas planejadas, como o bairro da Cachoeirinha, com seu traçado xadrez, que ainda guarda alguns imóveis histórico como área de interesse para preservação. A Praça 14 é um dos bairros de comércio voltado aos serviços automobilísticos, com isso houve uma grande ocupação que descaracterizou alguns conjuntos arquitetônicos, desde o início da década de 80.
Seu nome está ligado à Revolução de 14 de janeiro de 1892, quando um grupo de revolucionários insatisfeitos com o governo na época, tentaram tirar o governador Thaumaturgo de Azevêdo do poder. Os conflitos se deram na frente do Palácio do governo ( Paço Municipal), na Praça D. Pedro II, quando um soldado (praça) acabou sendo ferido. O movimento só veio acabar em 27 de fevereiro do mesmo ano, com a renúncia do governador e, consequentemente a nomeação de Eduardo Ribeiro para Governo Estadual. Em homenagem ao soldado morto, a Praça 14, tinha o nome de Praça da Conciliação, passou a chamar-se também de Praça Fernandes Pimenta, de acordo com a resolução de 05 de fevereiro de 1892. Este nome foi mudado a seguir, para a denominação de Praça 14 de janeiro com referência à data revolucionária.
O bairro era composto por colônia dos portugueses e é uma das áreas mais ricas em cultura como: a Ciranda da Visconde (Rua Visconde de Porto Alegre), Tribo dos Andiras (Rua Jonathas Pedrosa), Dança do Tipiti (Colégio 1º. De Maio), Boi Caprichoso (criado por dois irmãos, um dele desceu o Rio Amazonas, parando em Parintins onde criou o Caprichoso de lá) e a Escola de Samba Vitória Régia.
Até hoje um dos símbolos do bairro, a igreja Nossa Senhora de Fátima é possível notar uma curiosa percepção de uma construção inacabada. Essa observação se dá devido há alguns registros que mostram que até o início da década de 70, parte da cúpula poderia ter um outro tipo de acabamento. A partir dessa observação estética e formal, fizemos algumas comparações com outras cúpulas com similaridade em sua volumetria e composição, como as cúpulas da Basílica de São Pedro e a Basílica de Maria Del Fiore, ambas na Itália. Essa comparação nos leva acreditar que o projeto original se baseou no estilo renascentista para a configuração de sua cúpula.
Ao logo dos anos a cúpula passou por diversas pituras, inclusive metalizada para parecer uma cobertura metálica, mas desde do início do ano de 2000 optou-se pela pintura mais encorpada, para dar um aspecto de cobertura em barro, mesmo assim seria importante avaliar a necessidade de promover a conclusão de sua cúpula, buscando um aprofundamento de registro e desenhos feitos pelo frei José de Leonissa, então vigário da paróquia de São Sebastião na época, que idealizou o projeto original.
A cúpula é um símbolo imponente, que hoje recebeu um delicado trabalho de iluminação monumental, que ressalta alguns aspectos estéticos de sua volumetria, valorizando ainda mais este importante monumento para o bairro.
Nosso pequeno estudo, busca uma reflexão para que ao longo dos anos, possamos resgatar o ideal que seria a estética da cúpula, assim como da sua fachada circular, quem sabe não se possa fazer o revestimento adequado para ela, sendo em placas de cerâmicas (telhas), como a comparação como a Basílica de Maria Del Fiore ou até mesmo pela comparação com a Basílica de São Pedro, com chapas de cobre, ambas têm um papel importante no cenário urbano da cidade (Itália), pois são um marco de paisagem que se observa a quilômetros de distância.
Foto aérea J. Zamith
Foto preto e branco acervo: Arquivo Público Municipal.
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