Roberto Burle Marx em Manaus.


Manaus prestou poucas homenagens ao grande artista e arquiteto paisagista Roberto Burle Marx, por seu trabalho de valorização da flora amazônica. Muitas das espécies coletadas pelo paisagista no Brasil, onde 21 espécies levam o seu nome e centenas de outras podem ser vistas em seu sítio, no Rio de Janeiro, um verdadeiro paraíso.


Burle Marx faleceu em 1994, foi pintor, escultor, tocava piano e falava sete línguas, elaborou mais de dois mil projetos paisagísticos espalhados pelo mundo. Entre os projetos está o paisagismo e a decoração do antigo Hotel Amazonas, hoje condomínio Ajuricaba ou 'cortiço Ajuricaba', em Manaus.

Fonte da imagem: Blog do Coronel
Sempre me pergunto, quantas praças e parques Burle Marx teria projetado em Manaus, se o seu reconhecimento fosse realmente feito na cidade? O Jornal do Commercio publicou uma nota, em 22 de agosto de 1971 (foto acima), quando o paisagista esteve na Academia Amazonense de Letras AAL, falando sobre a influência do paisagismo na humanização das cidades, no qual Roberto Burle Marx empolgou a todos no auditório, abordando sobre a importância do paisagismo em relação à região amazônica. Na oportunidade o presidente da AAL, o então acadêmico Djalma Batista reafirmou a importância do paisagista e disse que este é um grande momento para instituição sobre a conferência de Burle Marx.

Será que Burle Marx não teria feito um projeto de praça ou parque para Manaus? Acredito que sim, um rabisco talvez, visto que sua passagem foi quase constante por essa região.

No dia 04 de agosto é comemorado o aniversário desse que eu considero um dos artistas mais completo, Roberto Burle Marx, músico, escritor, pintor, paisagista e arquiteto. Assim como Severiano Porto, Burle Marx também projetou no cenário brasileiro, importantes obras que valorizassem a brasilidade através da diversidade da nossa flora, principalmente a flora amazônica.



Burle Marx e o botânico Paul Hutchinson na Amazônia.
Foto da coleta: José Tabacow - fonte. Vitruvius

Burle Marx esteve na Amazônia em 1983, para uma expedição de coleta de espécies da flora regional, que servem até hoje de pesquisa em seu sítio, tombado como Patrimônio Cultural em 2000, na Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro. O espaço era sua antiga residência, comprada junto com o irmão Guilherme Siegfried Marx, para onde transportou sua coleção de plantas, iniciada ainda na infância.

Antes da “Expedição RBM para Amazônia”, na década de 80, Severiano Porto desenvolveu junto com o escritório de Burle Marx, o projeto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em 1970, onde o atual diretor do escritório Burle Marx, amigo e parceiro por mais de 30 anos, Haruyoshi Ono esteve com Severiano, para junto com Burle Marx, traçarem o plano de desenvolvimento da sede do INPA, promovendo assim uma total integração da mata com as edificações projetadas por Severiano Porto e Mário Emílio.


Vista aérea do antigo Hotel Amazonas.
Fotogametria: Acervo Otoni Mesquita.


Além desta importante parceira para a obra o INPA, Burle Marx desenvolveu na década de 50, o paisagismo dos jardins externos e da cobertura verde do antigo Hotel Amazonas, no Centro Histórico de Manaus, para o hotel também foram projetadas dezenas de gravuras que serviram de ambientação para as 38 suítes, do que foi considerado um dos mais elegantes hotéis do Brasil.


Um dos quartos do hotel, decorado com uma pintura de Burle Marx.

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