A Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) vai experimentar neste ano novos endereços em São Paulo. Após mais de seis meses de indefinição e com risco de ser adiada, a 9.ª edição da exposição vai ocupar pela primeira vez o prédio da Oca, no Parque do Ibirapuera. Outra novidade é que a mostra vai se estender por estações de metrô, ruas da capital e pelo interior. Desde 1973, todas as edições ocorreram no prédio da Bienal.
Marcada para novembro, essa será a primeira vez que a exposição ganha a rua. Segundo seus organizadores, a proposta vai de encontro com o tema deste ano: Arquitetura Para Todos - Construindo Cidadania. "Agora qualquer pessoa vai poder ver. Além do tema, queremos democratizar o público e não fazer um evento apenas para arquitetos", diz a presidente do departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), Rosana Ferrari.
As mudanças dessa edição da BIA começaram com o turbulento veto dos conselheiros da Fundação Bienal para que o instituto usasse seu pavilhão, também localizado no parque. A alegação era de que haveria uma exposição no mesmo período. A decisão da fundação - adiantada pelo Estado em setembro - provocou temores no mundo dos arquitetos. Além da dúvida da garantia da realização do evento, também estava em jogo uma questão de tradição.
A procura por um espaço terminou somente no começo deste mês. Depois de uma longa negociação, a Prefeitura de São Paulo cedeu ao IAB o prédio da Oca. Para o curador da BIA, o arquiteto Valter Caldana, a reviravolta teve também seu lado positivo. "A não realização no prédio da Bienal sacramentou o próprio caminho da exposição, marca uma nova fase", diz ele, que é diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
Tema. Caldana afirma que essa será a Bienal com maior rigor temático. Todo o material em exposição vai dialogar obrigatoriamente com o tema. "É extremamente abrangente. Queremos mostrar que habitação de interesse social também é arquitetura." Ele ressalta, entretanto, que moradia popular não será o único foco. "Arquitetura e urbanismo são parceiros da sociedade, colaboram com a construção de cidadania. Seja em um empreendimento imobiliário que tenha preocupação com a cidade ou projetos de mobilidade urbana."
Alguns eventos ao longo do ano já vão levar o selo da 9.ª BIA, como debates promovidos pela Prefeitura sobre a Concessão Urbanística Nova Luz, no centro. Mas a concentração de eventos fica para novembro.
Dentro de uma das propostas da exposição, a "arquitetura nela mesma", quem anda pelas estações de metrô poderá entender o projeto daquela construção, por meio de maquetes e ferramentas interativas. A BIA também envolverá feiras de arquitetura nas ruas - com apresentação de projetos e maquetes. No interior, a Bienal estará presente nas unidades do Sesc.
Avanços. Na Oca, já está certo de que a BIA vai receber trabalhos de 22 países de todos os continentes. A escolha dos projetos tem sido feita por correspondentes fixos em cada país, mais uma novidade desta edição. Além disso, 12 países já confirmaram representações oficiais.
Depois de garantir a sede da Bienal, já considerada "uma vitória" para a direção do IAB, o instituto procura financiamento. A última Bienal, em outubro de 2009, enfrentou problemas como saída de patrocínio às vésperas do evento, grandes espaços vazios e convidados de renome abaixo do volume esperado. Segundo Rosana Ferrari, o custo da exposição fica entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. "Temos já alguns apoiadores em contato e a Prefeitura, além de ceder a Oca, já se comprometeu em participar", disse Rosana.
PARA LEMBRAR
Dívida motivou veto a mostra
A gota d"água para que a Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) saísse do prédio da Fundação Bienal foi a cobrança de uma dívida de R$ 164 mil - referente à edição de 2009 -, que conselheiros da fundação exigiram do instituto. A direção do IAB, por sua vez, questionou a cobrança, argumentando que a Fundação já havia ficado com parte de um valor pago por uma empresa que locou o espaço na ocasião. Apesar do descontentamento, o IAB-SP ainda tentou reverter a situação, até mesmo com empenho da Direção Nacional da entidade - que pela primeira vez se envolveu na BIA. Desde 1993, o departamento paulista é responsável pela organização da mostra.
Fonte: estadao.com.br
Marcada para novembro, essa será a primeira vez que a exposição ganha a rua. Segundo seus organizadores, a proposta vai de encontro com o tema deste ano: Arquitetura Para Todos - Construindo Cidadania. "Agora qualquer pessoa vai poder ver. Além do tema, queremos democratizar o público e não fazer um evento apenas para arquitetos", diz a presidente do departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), Rosana Ferrari.
As mudanças dessa edição da BIA começaram com o turbulento veto dos conselheiros da Fundação Bienal para que o instituto usasse seu pavilhão, também localizado no parque. A alegação era de que haveria uma exposição no mesmo período. A decisão da fundação - adiantada pelo Estado em setembro - provocou temores no mundo dos arquitetos. Além da dúvida da garantia da realização do evento, também estava em jogo uma questão de tradição.
A procura por um espaço terminou somente no começo deste mês. Depois de uma longa negociação, a Prefeitura de São Paulo cedeu ao IAB o prédio da Oca. Para o curador da BIA, o arquiteto Valter Caldana, a reviravolta teve também seu lado positivo. "A não realização no prédio da Bienal sacramentou o próprio caminho da exposição, marca uma nova fase", diz ele, que é diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
Tema. Caldana afirma que essa será a Bienal com maior rigor temático. Todo o material em exposição vai dialogar obrigatoriamente com o tema. "É extremamente abrangente. Queremos mostrar que habitação de interesse social também é arquitetura." Ele ressalta, entretanto, que moradia popular não será o único foco. "Arquitetura e urbanismo são parceiros da sociedade, colaboram com a construção de cidadania. Seja em um empreendimento imobiliário que tenha preocupação com a cidade ou projetos de mobilidade urbana."
Alguns eventos ao longo do ano já vão levar o selo da 9.ª BIA, como debates promovidos pela Prefeitura sobre a Concessão Urbanística Nova Luz, no centro. Mas a concentração de eventos fica para novembro.
Dentro de uma das propostas da exposição, a "arquitetura nela mesma", quem anda pelas estações de metrô poderá entender o projeto daquela construção, por meio de maquetes e ferramentas interativas. A BIA também envolverá feiras de arquitetura nas ruas - com apresentação de projetos e maquetes. No interior, a Bienal estará presente nas unidades do Sesc.
Avanços. Na Oca, já está certo de que a BIA vai receber trabalhos de 22 países de todos os continentes. A escolha dos projetos tem sido feita por correspondentes fixos em cada país, mais uma novidade desta edição. Além disso, 12 países já confirmaram representações oficiais.
Depois de garantir a sede da Bienal, já considerada "uma vitória" para a direção do IAB, o instituto procura financiamento. A última Bienal, em outubro de 2009, enfrentou problemas como saída de patrocínio às vésperas do evento, grandes espaços vazios e convidados de renome abaixo do volume esperado. Segundo Rosana Ferrari, o custo da exposição fica entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. "Temos já alguns apoiadores em contato e a Prefeitura, além de ceder a Oca, já se comprometeu em participar", disse Rosana.
PARA LEMBRAR
Dívida motivou veto a mostra
A gota d"água para que a Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) saísse do prédio da Fundação Bienal foi a cobrança de uma dívida de R$ 164 mil - referente à edição de 2009 -, que conselheiros da fundação exigiram do instituto. A direção do IAB, por sua vez, questionou a cobrança, argumentando que a Fundação já havia ficado com parte de um valor pago por uma empresa que locou o espaço na ocasião. Apesar do descontentamento, o IAB-SP ainda tentou reverter a situação, até mesmo com empenho da Direção Nacional da entidade - que pela primeira vez se envolveu na BIA. Desde 1993, o departamento paulista é responsável pela organização da mostra.
Fonte: estadao.com.br
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