Fogos de artifícios e seus impactos no meio ambiente em Manaus.

Por muito tempo, todos os festejos de qualquer cidade são comemorados com queimas de fogos de artifícios, prática milenar chinesa iniciada há mais de 2.000 anos. O Brasil é um dos grandes principais produtores se não o principal consumidor desse tipo de material altamente poluente e prejudicial à saúde.

Em Manaus, a pólvora utilizada em armamentos durante o século XVIII era armazenada na então desativada fortaleza do São José do Rio Negro, a antiga fortaleza da cidade, mas em um belo festejo da cidade, com a queima de fogos próximo a atual igreja da Matriz Nossa Senhora da Conceição, um dos fogos caiu sobre a fortaleza, provocando um incêndio e posterior uma grande explosão, transformando em ruínas um passado que poderia estar a inda de pé, preservando um dos marcos da história de ocupação da cidade.

Mas trocando um pouco de história por realidade, em se tratando da queima de fogos de artifícios como espetáculo pirotécnico que interfere no meio ambiente, e muitos de nós não nos damos conta disso, por estarmos deslumbrados com o visual colorido e intenso das explosões ensurdecedoras, junto às nossas ansiedades diante do show provocado. Mas, a queima de fogos trás alguns problemas bem característicos, como: Partículas de dióxido do carbono (CO²) são lançadas no ar, se espalhando rapidamente e promovendo assim a emissão de carbono para a atmosfera; Libera também o estrôncio (Sr), que é uma perigosa substância tóxica que dá a cor amarela às explosões, quando em contato com o ar; Seu uso indiscriminado pela população, pode causar incêndios e até a morte; Provoca uma forte poluição sonora, considerado prejudicial demais a saúde por ter 120 decibéis o som limite da dor, onde o recomendado por médicos é de no máximo 155dB por apenas sete minutos, mas os fotos provocam um tempo de até 30 minutos em grandes espetáculos; Provocam perturbações em diversos animais urbanos, como aves, cachorros e gatos. Alterando seus comportamentos, e principalmente nas aves, pode provocar a migração de algumas espécies.

Exemplo de queimas de fogos e a quantidade de material poluente lançado no ar.

Alguns estudos realizados em Portugal mostraram que uma noite de queima de fogos, como Natal e Reveillon podem poluir mais do que uma incineradora por um ano. É tão prejudicial que todo seu material após a utilização não pode ser reciclado, pois apresenta substâncias tóxicas que dificultam o processo de separação dos materiais pesados do papelão onde foi embalado (os cartuchos), e todo esse material vai para os aterros sanitários, acumulando restos de material ou até mesmo de fogos que não foram acionados por algum tipo de falha, material estes altamente prejudiciais ao solo e ao meio ambiente, como potássio, cobre, estrôncio e bário.

O comitê da Olimpíada de Londres estuda o caso seriamente, para promover um evento sem danos ao meio ambiente. Não querendo que o mesmo ocorra como nas olimpíadas da China, onde a cidade foi tomada por uma densa camada por alguns dias, mesmo a cidade já ter o ar considerado um dos mais poluídos do planeta. Algumas cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e até Manaus, já apresentam sinais de ar poluído, causados pela intensa queima de combustível fóssil emitido pelos automóveis e indústrias. Com a chegada de grandes festas, a exemplo do natal, réveillon, boi bumbá (no caso de Manaus) e a copa de 2014, agravam ainda mais a camada de poluição na cidade, provocando o aumento do efeito estufa, nos períodos quentes entre junho a dezembro.

Como nossa copa tem abordado questões de sustentabilidade, onde promove um discurso voltado a compensação do carbono lançado durante as obras tanto da arena, quanto em outros projeto. Há alternativas para que nossa copa, seja uma das pioneiras em oferecer na prática, uma ação que iniba o uso dos fogos, principalmente nos eventos oficiais, mas para isso é necessário realizar projetos ousados e impactantes no que se refere a shows pirotécnicos.
Há tanta energia renovável que pode ser aproveitada como forma de utilização em espetáculos pirotécnicos, onde podem de forma criativa com luzes e sons, provocar um verdadeiro espetáculo nos céus da cidade, sem provocar danos ao meio ambiente, e não contribuir também para a mão-de-obra escrava e infantil, onde a maioria da produção desses artefatos é feita no Brasil. 
A luminotécnica é uma das artes que pode ser explorada ao extremo, se souberem utilizá-la da forma correta e criativa. Então que tal a Arena da Amazônia estudar e buscar profissionais que já trabalham com show de iluminação em espetáculos, e realmente promover ações de “copa carbon free” levantando a bandeira da sustentabilidade, aliando economia, meio ambiente e questões sociais aos seus shows.
Alguns exemplos de show de luzes eficientes

#FicaDICA !

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