Rolls-Royce, Segway ou táxi tuk-tuk? Hotéis do mundo inteiro estão oferecendo aos empresários em viagem mais maneiras de chegar às reuniões.
Embora a maioria dos empresários ainda use os serviços de automóvel, limusine e van fornecidos pelos hotéis, existe um número crescente de opções.
Os hotéis Affinia Dumont e Affinia Shelburne, em Manhattan, oferecem como cortesia bicicletas amarelas e azul-petróleo, completas com capacetes e cesta na frente para guardas as pastas. Os empresários em viagem empregam as bicicletas para manter a forma longe de casa, passear um pouco e se locomover até as reuniões, disse Alex Spektor, gerente geral do Affinia Dumont.
'Alguns deles contam que ir pedalando à reunião em vez de tomar um táxi ajuda a chegar com a mente limpa', ele disse.
O hotel inaugurou o programa com dez bicicletas, em maio, e acrescentará outras dez neste ano, além de introduzi-lo em outras unidades. As bicicletas também podem ser alugadas pela recepção do Conrad, em Nova York, localizado nos arredores da Wall Street; bicicletas elétricas podem ser encontradas no Conrad de Miami.
Os hotéis Four Seasons das movimentadas cidades de Bombaim e Cantão também emprestam bicicletas aos hóspedes, além de orientação sobre quais vias tomar. Para clientes que desejem se movimentar um pouco mais rapidamente, o Four Seasons de Florença aluga Vespas; já o Circus Hotel, de Berlim, oferece aos hóspedes o aluguel diário e por hora dos veículos de duas rodas Segway.
Tais ofertas de transporte alternativo não são comuns, afirma Scott D. Berman, que chefia o escritório de hospitalidade e lazer da PricewaterhouseCoopers nos Estados Unidos. 'Tratam-se de diferenciadores peculiares para atrair a atenção dos clientes e ter alguma coisa para comentar no blog.'
Para transportar hóspedes indo e vindo do aeroporto, a luxuosa cadeia de hotéis Peninsula 'prefere um Rolls-Royce sempre que possível', de acordo com a porta-voz, Sian Griffiths, e o serviço existe há mais de 40 anos. Segundo ela, o Rolls-Royce oferece aos hóspedes 'uma entrada dramática na cidade ou uma despedida glamorosa'.
Embora o Rolls-Royce tenha se tornado a marca registrada do hotel, outras unidades da rede Peninsula vão além da frota de carros de luxo. A de Bangcoc conta com quatro barcos fluviais e um tuk-tuk, um táxi de três rodas aberto aparelhado com Wi-Fi, água potável e toalhas frias. Helicópteros podem levar os hóspedes do aeroporto às unidades da rede em Hong Kong, Bangcoc e Manila, ou vice-versa.
Chris Kilham, recém-chegado da África como parte de seu trabalho pesquisando plantas medicinais e estabelecendo negócios para empresas de nutrição e de cosméticos, recorre a veículos de transporte menos refinados de hotéis. As viagens costumam levá-lo a locais remotos onde um hotel envia uma lancha ao Rio Amazonas, enquanto outro despacha um riquixá para apanhá-lo na estação rodoviária. De acordo com Kilham, no caso do hotel Espiritu de Anaconda, Peru, um funcionário chegou pilotando uma motocicleta velha, munido de corda elástica para conseguir amarrar a bagagem na traseira.
Nas cidades grandes, Kilham descobre por si mesmo um jeito de se locomover.
'Algumas pessoas se sentem mais confortáveis vendo um chofer segurando uma placa com seu nome ao chegar a outro país', ele assegurou.
Nesses casos, Kilham geralmente evita o transporte do hotel.
'Se não for interessante e divertido, eu vou por conta própria. Às vezes, encontrar meu meio de transporte pode ser uma maneira de conhecer pessoas informadas a respeito do local.'
Os serviços de transportes dos hotéis também estão integrandos novas tecnologias. O Four Seasons de Los Angeles, em Beverly Hills, apresentou a 'Reunião sobre Rodas', um furgão Mercedes para oito passageiros com tomada elétrica, Wi-Fi e televisores de plasma, para que grupos possam negociar enquanto ficam sentados no trânsito de Los Angeles. Todos os carros do hotel e as limusines contratadas pelo Four Seasons no mundo inteiro agora vêm equipados com Wi-Fi.
O 'modo multitarefa' no banco traseiro também está ficando mais dependente do hotel e da cidade. Em vez de observar o cenário passando pela janela ao sair do aeroporto, os hóspedes podem fazer o check-in no hotel, agendar uma massagem ou pedir a refeição por meio do motorista ou do iPad à sua espera no assento de trás.
Alguns hotéis incluem um carro em conjunto com o quarto. As unidades do Peninsula em Tóquio, Hong Kong, Nova York e Chicago oferecem gratuitamente veículos Mini Cooper para quem reservar as suítes. No Four Seasons de Los Angeles, quem reservar as suítes mais caras tem utilização gratuita de carros de luxo, como Maserati ou Lamborghini.
Desde 2010, o hotel Oberoi, de Bombaim, conta com motoristas mulheres, num campo dominado por homens.
'Às vezes, a mulher em viagem prefere ter outra mulher cuidando dela', disse Devendra Bharma, vice-presidente executivo do Oberoi, em Bombaim. 'Porém, holisticamente, elas se adéquam muito bem tanto com homens quanto com mulheres.'
Para empresários em viagem que precisam alugar um automóvel, mas não querem tomar o transporte até a área de aluguel de veículo do aeroporto, alguns hotéis oferecem o aluguel in loco. A rede AKA, com unidades em Nova York, Filadélfia e Washington, entre outras localidades, oferecem aluguel de carro por hora ou por dia por meio da Zipcar, com seguro, gasolina e estacionamento reservado para agilizar o processo de locação.
Apesar da variedade de modelos e engenhocas, alguns viajantes gostam do básico – como deslocamento gratuito ao hotel que seja conveniente de tomar. Joe Shaffner viaja quase toda semana por conta do trabalho na SAP, onde gerencia uma equipe técnica que dá apoio à equipe de vendas. Ele prefere hotéis que forneçam serviço de transporte simples e sem luxos.
'Quando vou à matriz em Chicago, sei que posso desembarcar do avião e tomar o ônibus do Renaissance ou do Marriott porque eles passam a todo instante.'
Contudo, os serviços de automóveis e vans são caros de operar, afirmou Berman, o consultor de hospitalidade e lazer.
'É necessário ter um fluxo de renda alta consistente e um bom projeto comercial para justificar sua existência', ele argumentou, para bancar o veículo, manutenção, depreciação, funcionários e combustível. 'Já vi muitas discussões entre proprietários e gerentes de hotel sobre como administrar as despesas reduzindo o horário de funcionamento do serviço ou as viagens do transporte.'
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Fonte: http://on-msn.com/XS44Qc
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