Cultuamos momentos onde são celebrados mitos e fantasias que envolvem um imaginário popular chamado "Boi", que mistura composições amazônica à música eletrônica ao que se referem de toadas. Celebrações que envolvem sedução, em ritmos passantes de "dois pra lá e dois pra cá", fantasiados de personagens da mitologia amazônica, onde as crenças indígenas são resgatadas e guardadas em memórias perdidas por uma socialização fora de contexto.
Cultuamos a cultura indígena? Celebramos os povos que aqui ainda vivem e tentam sobreviver sobre o domínio de grileiros, de explorações trabalhistas, da falta de assistência e principalmente da falta de incentivos para que estes povos permaneçam vivos.
Estamos sempre elevando a imagem de um povo que sofre por falta de espaço, onde querem permanecer desde a sua origem. Ocupamos e dominamos uma cultura que se perde ao imaginário de luzes e fantasias que mostram a sensualidades em crianças, e tentamos combater abuso infantil, mas o imaginário popular dessa cultura é o que representa o Amazonas de mais belo e brilha aos olhos de turistas que busca o exotismo de região "tropical" muito quente, e umedecido pelas temporadas de chuvas intensas que refrescam ainda mais nossa cultura popular, importada de Portugal há mais de um século para o Brasil, e como sempre, Manaus se apropria (copia) dos mitos de uma região rica em valores e identidades chamada nordeste.
Manaus sempre teve a cultura de se apropriar de um imaginário, mas esquece que nestes 342 anos, dominamos os povos perdidos de nossa floresta. Celebraremos esse domínio com uma cultura que não nos pertence, mas exaltamos ao extremo e chamamos de "BOI" e não de "Povos Indígenas".
Imagine quando começarmos a celebrar nossos povos, a dar mais valor a cultura que dominamos e que hoje eles imploram para pedir espaço, tentando sobreviver a custa de doações e ONGs, porque nós ajudamos e muito, guardando seus acervos riquíssimos em armários e salas trancadas a sete chaves, onde o conhecimento é restrito, e só pode ser vislumbrado quando alguém que estudou anos, possa tocá-lo e dizer o que é importante ou não. Mais os povos não têm esse direito de expressão, pois são meramente consultados para pedirmos a autorização do uso de suas propriedades intelectuais.
Seu povo está perdido, porque seu passado está apenas há 30 cm da superfície de onde caminhamos. O povo indígena - Não tenho conhecimento científico para passar anos estudando sobre meu povo, diz um remanescente de sua cultura, que usufrui de tecnologias para se comunicar, pois a floresta que favorecia isso, não pode ser mais explorada de forma racional, como os antepassados faziam, hoje preciso ser cadastrado em um banco de dados como se fosse fichado para a polícia, minha cultura fica guardada em discos de memórias potentes para que tenham alta resolução e não sejam perdidos.
Meus antepassados eram respeitados, pois construíamos grandes estruturas para valorizar o conhecimento por eles passados, essas estruturas que hoje estão em cacos remendados em museus envidraçados e com segurança 24h.
O povo vivia de modo sustentável, onde hoje banalizaram o termo para o comércio, na venda de produtos e serviços, no qual o povo indígena já fazia há milênios na amazônia. Respeitam a terra onde pisam, pois é dela que tiram seus alimentos, e sabem disso porque cultivam ela. Não compram em supermercados que não dizem a procedência de alimentos "superdotados".
Hoje celebramos 342 anos da cidade de Manaus com muita música e fogos, fogos estes que poluem e vislumbram os olhares de crianças que não sabem quem somos, só sabem que existe internet cara, e falam ao celular quando conseguem sinal, não um sinal de fumaça, mais de um imaginário superficial que em menos de 5 anos se esquece das conquistas realizadas.
Celebremos a cultura do nosso povo com muita diversão, para esquecermos das tristezas que ocorrem diariamente, e principalmente do povo que daqui vive em harmonia desigual, pois somos do Amazonas, da floresta amazônica, e não de São Paulo, Ceará, Curitiba ou Nova York.
Seu povo está perdido, porque seu passado está apenas há 30 cm da superfície de onde caminhamos. O povo indígena - Não tenho conhecimento científico para passar anos estudando sobre meu povo, diz um remanescente de sua cultura, que usufrui de tecnologias para se comunicar, pois a floresta que favorecia isso, não pode ser mais explorada de forma racional, como os antepassados faziam, hoje preciso ser cadastrado em um banco de dados como se fosse fichado para a polícia, minha cultura fica guardada em discos de memórias potentes para que tenham alta resolução e não sejam perdidos.
Meus antepassados eram respeitados, pois construíamos grandes estruturas para valorizar o conhecimento por eles passados, essas estruturas que hoje estão em cacos remendados em museus envidraçados e com segurança 24h.
O povo vivia de modo sustentável, onde hoje banalizaram o termo para o comércio, na venda de produtos e serviços, no qual o povo indígena já fazia há milênios na amazônia. Respeitam a terra onde pisam, pois é dela que tiram seus alimentos, e sabem disso porque cultivam ela. Não compram em supermercados que não dizem a procedência de alimentos "superdotados".
Hoje celebramos 342 anos da cidade de Manaus com muita música e fogos, fogos estes que poluem e vislumbram os olhares de crianças que não sabem quem somos, só sabem que existe internet cara, e falam ao celular quando conseguem sinal, não um sinal de fumaça, mais de um imaginário superficial que em menos de 5 anos se esquece das conquistas realizadas.
Celebremos a cultura do nosso povo com muita diversão, para esquecermos das tristezas que ocorrem diariamente, e principalmente do povo que daqui vive em harmonia desigual, pois somos do Amazonas, da floresta amazônica, e não de São Paulo, Ceará, Curitiba ou Nova York.
Gostei do texto, principalmente desta parte: "... porque nós ajudamos e muito, guardando seus acervos riquíssimos em armários e salas trancadas a sete chaves, onde o conhecimento é restrito, e só pode ser vislumbrado quando alguém que estudou anos, possa tocá-lo e dizer o que é importante ou não..." . Me fez lembrar do porao do Colegio Amazonense Dom Pedro II.________.
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